domingo, 8 de abril de 2012

O refeitório do mestre Da Vinci - Milano


O próximo percurso na cidade de Milão levou-nos a uma das joias históricas desta cidade, a Igreja Santa Maria delle Grazie. A Igreja, e o Convento Dominicano, estão classificados como Património Mundial da UNESCO, não tanto pelos encantos do próprio templo, mas apenas porque, na parede do refeitório do convento, se encontra uma das obras de arte mais célebres de todo o mundo, o fresco de "A Última Ceia" pintado por Leonardo da Vinci, entre 1495 e 1498.
O fresco do mestre Da Vinci tem estado sujeito a séculos de deterioração o que tem justificado diversas intervenções para restauração. A mais recente foi em 1999, já com recurso aos métodos científicos mais evoluídos naquela altura, o que permitiu a recuperação das cores originais e a remoção dos vestígios de tinta aplicada em tentativas anteriores de restauro.

Desde essa última recuperação da pintura, para assegurar a sua preservação à temperatura ambiente, o acesso a visitantes passou a ser limitado a grupos até 25 pessoas em cada 15 minutos. Desta forma, a visita a este local passou a ser algo quase inacessível, obrigando a uma reserva com várias semanas de antecedência. Ainda assim, este monumento recebe mais de nove milhões de visitantes por ano, que usufruem de uma visita guiada à igreja Santa Maria delle Grazie e, sobretudo, têm direito a uma breve passagem pelo refeitório onde comtemplam a obra-prima do mestre Da Vinci... e têm ainda acesso a vários esboços prévios que permitem conhecer de que forma Da Vinci evoluiu entre as suas primeiras ideias e o afresco final.

Esta procura massiva por parte de turistas vindos de todo o mundo foi altamente potenciada na época de sucesso do best seller de Dan Brown, O Código Da Vinci, onde A Última Ceia surge como um dos elementos simbólicos para o desenlace da trama.

Mesmo que se consiga marcação para visitar o refeitório, não nos é permitido tirar fotos, nem sem flash. No entanto, depois da visita, podemos entrar na loja do museu com todo o merchandising relacionado com Da Vinci e com A Última Ceia, onde tivemos oportunidade de ver todo o tipo de reproduções, desde porta-chaves a postais e posters, o que nos permitiu tirar uma foto semelhante às  que tiraríamos em pleno refeitório.
Para além de todos os símbolos que têm a ver com a existência dissimulada de Maria Madalena entre os apóstolos, cuja análise e especulação rendeu a Ban Brown vários milhões de dólares, a mim chamou-me a atenção a bizarria de alguém ter aberto uma porta atravessando a pintura por baixo da mesa, tal a necessidade de improvisar uma nova arrecadação para o refeitório… temos aqui uns quilos de arroz para guardar, faz-se uma porta debaixo de Jesus Cristo e cria-se uma despensa muito jeitosa… parece sensato!

Carlos Prestes


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