Na Primavera de 2013 partimos numa viagem ao longo da Provence, saltitando pelas aldeias mais pitorescas e atravessando as paisagens campestres desta região francesa. Mas antes de entrarmos na zona rural começámos com uma visita a Avignon, a cidade dos Papas.
Avignon desenvolve-se sobre a margem Sul do rio Le Rhône e é caracterizada por marcas medievais bem visíveis, sendo o exemplo mais evidente representado pela Pont Saint-Bénézet ou Pont d’Avignon, o seu ex-líbris. Trata-se de uma ponte medieval do século XII, que se encontra semi-destruída e que encerra séculos da história desta cidade. A construção da ponte foi inspirada em Saint Bénézet, um menino pastor que foi santificado e que, depois de sua morte, foi enterrado numa pequena capela junto ao lado Sul da ponte.
O centro histórico de Avignon, é formado por um casario com traços medievais visíveis, e inclui um monumento fundamental na história da cidade, o Palácio dos Papas. O palácio, que domina a zona histórica, é uma das maiores e mais importantes construções da arquitetura gótica em toda a Europa, e foi classificado pela UNESCO como património mundial.
O Papado de Avignon, também conhecido como Cativeiro de Avignon, corresponde a um período da história da igreja católica, entre 1309 e 1377, durante o qual a residência papal foi mudada de Roma para esta cidade. Na sequência de conflitos entre o rei Filipe IV de França e o Vaticano, deu-se a rotura total entre aquele soberano e o Papa Bonifácio VIII. Com a morte deste Papa, foi nomeado como seu sucessor, o Papa francês Clemente V, e o Rei de França, com o tremendo poder de que dispunha, num quadro geopolítico em que a França dominava, obrigou-o a residir em Avignon. Desde então, e pela força dos poderes que valiam à época, os seis Papas que sucederam a Clemente V, foram todos franceses e todos eles viveram naquele palácio em Avignon.
Mas para além deste monumento a cidade de Avignon tem outros encantos que podemos observar quando percorremos as ruas e as praças mais importantes e, sobretudo, quando a contemplamos desde a margem oposta do rio Le Rhône, onde a paisagem da cidade é marcada pela ruína da Pont d’Avignon, com a cidade velha por detrás, num ambiente de aparente mistério, fazendo lembrar referências que associamos à idade das trevas.
E depois voltando ao centro histórico, percorrendo as ruelas apertadas que desaguam invariavelmente nas habituais praças com esplanadas e restaurantes, encontramos dezenas de pequenas lojas que vendem todo o tipo de derivados do principal artigo local, a lavanda. Porque a Provence é a terra dos extensos campos de lavandas, que são utilizadas no fabrico de diversos produtos, como perfumes ou óleos, cremes e sabonetes, ou são apenas guardadas as flores secas em saquinhos de cheiro. E são esses os artigos que encontramos na maioria das lojas e que vão deixando um perfume que paira no ar e que se propaga pelas próprias ruas e praças. É esse o perfume floral que se vai sentindo como o aroma de toda a cidade.
E depois voltando ao centro histórico, percorrendo as ruelas apertadas que desaguam invariavelmente nas habituais praças com esplanadas e restaurantes, encontramos dezenas de pequenas lojas que vendem todo o tipo de derivados do principal artigo local, a lavanda. Porque a Provence é a terra dos extensos campos de lavandas, que são utilizadas no fabrico de diversos produtos, como perfumes ou óleos, cremes e sabonetes, ou são apenas guardadas as flores secas em saquinhos de cheiro. E são esses os artigos que encontramos na maioria das lojas e que vão deixando um perfume que paira no ar e que se propaga pelas próprias ruas e praças. É esse o perfume floral que se vai sentindo como o aroma de toda a cidade.
E ao deixarmos Avignon, para além da recordação das imagens e paisagens desta bonita cidade, levamos também uma outra referência, menos visual mas igualmente marcante . . . uma explosão sensorial que vem do perfume que nos envolve ao longo das ruas e praças, gravando memórias daqueles aromas de Avignon, que recordaremos como sinais de uma envolvente campestre que representa a essência desta cidade.
Carlos Prestes
Março de 2013