Todo o esplendor monumental que a cidade de Paris oferece a quem a visita, com os seus magníficos edifícios, palácios e museus, adquire, durante a noite, uma nova face, quando os monumentos e as avenidas se iluminam, e nos proporcionam uma imagem diferente desta cidade, mas nem por isso menos bonita.
Mas para encontrarmos esta nova perspetiva da capital francesa é preciso estarmos disponíveis para percorrer os mesmos locais que visitámos durante o dia, depois da noite ter caído e o céu escurecido, com a curiosidade de quem procura uma cidade diferente, mais autêntica e mais sedutora, muito mais próxima do verdadeiro sentido do nome por que é conhecida... “A Cidade da Luz”, com milhões de pontos luminosos, definindo os contornos de um local que é assim ainda mais magnifico.
Paris não é bem aquela cidade onde se ganhe muito em interagir com quem lá mora, o contacto pessoal não é claramente um dos seus pontos fortes. E, por isso, à noite, quando a cidade perde os seus habitantes e faz surgir apenas alguns dos seus vultos que mal se reconhecem na escuridão, Paris pode ser mais genuína, e ser realmente aquilo que ela é... uma cidade modelo, a mais bela de todas as cidades... é assim que vejo Paris quando penso apenas na sua arquitetura e na sua estética, um local esteticamente prodigioso.
E são sempre esses passeios noturnos que mais me agradam, percorrer uma cidade deslumbrante, sem procurar a sua palpitação, mas apenas em busca da sua beleza . . . a beleza e o brilho das suas jóias principais. São os grandes boulevards com edifícios monumentais bem iluminados, autênticos palácios reais em dias de festa, que vão surgindo em cada quarteirão. São as preciosidades que a cidade vai mostrando, como o imponente arco, triunfando no topo da grande avenida, ou as margens de um rio, que à noite são ainda mais bucólicas e inspiradoras, com cada ponte a surgir brilhante, como uma peça de arte que ornamenta o trajeto das águas.
E depois há sempre o encontro com a grande torre, tão cansada de carregar milhões de visitantes à luz do dia, ergue-se à noite como um símbolo maior do encantamento com que esta cidade sempre nos comove.
E por muitas que sejam as viagens que que vou fazendo à cidade de Paris, angustiam-me sempre as despedidas... mas sei que o regresso será inevitável, tem sido sempre assim e assim continuará a ser... por muitos mundos que se conheçam, esta é uma cidade que sempre me irá atrair para uma próxima visita... recordando-me a frase imortal de Humphrey Bogart para Ingrid Bergman, numa das despedidas mais célebres da história do cinema... we'll always have Paris.
Carlos Prestes
Agosto de 2010
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