sexta-feira, 12 de junho de 2009

No império dos sentidos - Empire State Building (New York)

Programei chegar à 34th Street ao final da tarde, para entrar no Empire State Building e subir até ao topo ainda com luz solar, e assim poder assistir lá de cima ao pôr-do-sol e ao cair da noite. 

A filas são sempre o grande problema com que nos debatemos na visita a uma cidade, por isso, neste caso, é conveniente levar os ingressos já comprados para minimizar a demora. No entanto, e mesmo já sem ter de comprar os bilhetes, será ainda expectável que se perca algum tempo na fila para o elevador, e quando digo algum tempo, quero dizer mais de uma hora. Mas no final vai valer a pena. 

O Empire State Building é um dos grandes arranha-céus da cidade de Nova Iorque. Tem 102 andares e uma altura de 381m até ao terraço de cobertura, mas atinge os 443m com a torre da antena. Quando da sua inauguração, em 1931, o edifício era o mais alto do mundo e manteve esse estatuto durante quase 40 anos, até ser concluída a torre Norte do complexo do World Trade Center, no final de 1970. 

O edifício foi projetado em estilo art déco e foi classificado como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis, algo que me impressiona, a mim, em particular, mas mais por deformação profissional. 

E ao longo dos quase 90 anos da sua história, este edifício foi vivendo alguns episódios que marcaram a cidade. Logo em 1933 a torre ficou associada a um filme que se tornou um clássico, o King Kong, onde um enorme gorila se pendurava no prédio para combater os aviões que o tentavam caçar. Mais tarde, em 1976, o edifício volta a aparecer no remake desse mesmo filme. 

Já fora da ficção, em 1945, um bombardeio B-25 perdeu as referências devido a um forte nevoeiro e colidiu com a fachada Norte da torre, entre os andares 78 e 80, causando 14 mortes. O incêndio provocado pela colisão foi controlado em apenas 40 min, o que garantiu que o edifício não se tivesse desmoronado. 


E depois de uma longa espera cheguei finalmente ao patamar de observação, primeiro ainda no meio de alguma confusão, mas, mais tarde, pude então chegar até à grade de proteção e consegui contemplar a paisagem. 

Estávamos no final de uma tarde quente de junho quando, finalmente, consegui olhar sobre a cidade, e experimentei uma sensação inesquecível. A imagem daquele conjunto de arranha-céus grandiosos foi arrepiante, uma espécie de vertigem que me engoliu e emocionou. 

Foi como se todo o mundo estivesse ali aos meus pés e já não era possível abandonar o alto daquele edifício, tinha de ficar por lá, tinha que me demorar o tempo necessário para me comover devidamente por toda aquela profusão de sentidos, que me baralhava enquanto me deixava tremendamente feliz. 

Estávamos ainda ao entardecer e resolvi permanecer por lá até assistir ao espetáculo. E o show começou, primeiro foram as cores alaranjadas do pôr-do-sol e, mais tarde, a noite começou a cair e a cidade foi escurecendo, enquanto surgiam, como que por feitiço, milhões de pontos luminosos que transformaram aquele momento numa noite mágica e inesquecível, e aquela cidade, na mais bela cidade jamais vista. 
Não é fácil reproduzir a sensação esmagadora que me tomou no alto daquela torre imperial que domina toda cidade e que me tocou em todos os meus sentidos, perfeitamente rendido aos encantos daquela cidade magnifica. 

Carlos Prestes 
Junho de 2009

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