domingo, 25 de agosto de 2019

O Fórum de Pompeia


Ao longo de toda a cidade de Pompeia encontramos ruínas num excelente ótimo estado de conservação, mostrando reproduzindo aquilo que teria sido a cidade durante o século I d.C., com os seus edifícios privados e públicos, locais de diversão e culto, ruas e praças, monumentos, pinturas e esculturas.

A principal praça da cidade, o Fórum de Pompeia, é quase um mostruário de antigos monumentos, templos e estátuas.

E é igualmente a partir desta praça que se torna mais evidente a silhueta do Monte Vesúvio, que se mostra agora como uma simples montanha, pacífica e até protetora, mas que outrora mostrou toda a sua ira, aniquilando definitivamente a antiga cidade.

A praça foi usada como centro de comércio e era ali que se encontravam os principais edifícios públicos, como o tribunal e também os principais templos religiosos estavam neste fórum, como a Basílica ou os templos dos Deuses Júpiter e Apolo... e é ali que encontramos também a escultura principal da praça, e talvez da cidade, o Centauro de bronze com a sua lança.




Os anfiteatros soterrados de Pompeia


A imensa erupção que causou tanta morte e destruição, serviu também para conservar um dos maiores testemunhos do modo de vida romano do primeiro século d.C., fazendo de Pompeia um dos locais mais importantes para o estudo da sociedade romana, permitindo aos historiadores um melhor entendimento dos hábitos e costumes do seu quotidiano, bem como das técnicas de construção que eram usadas naquela época.

Quando entramos neste site arqueológico não encontramos apenas ruínas, mas sim ruas e praças, edifícios e monumentos ainda de pé, como se circulássemos numa cidade romana de há dois mil anos atrás.

O Grande Teatro de Pompeia é um dos melhores exemplos das construções que encontramos totalmente preservadas, apesar dos seus dois mil anos de existência. Trata-se de um anfiteatro típico das cidades do império romano, tal como Teatro Menor, também chamado de Odeon, localizados lado a lado, apresentam as características arquiteturais dos teatros gregos, como era habitual nos anfiteatros romanos.
Um outro importante exemplo é o Anfiteatro principal, com uma lotação para cinco mil pessoas, o que o torna bastante pequeno, se comparamos os 50 mil da lotação do Coliseu de Roma, mas era utilizado da mesma forma, para as habituais lutas de gladiadores e que, atualmente, é usado para concertos ao vivo, como foi o caso do mítico espetáculo dos Pink Floyd em 1972, que deu origem ao álbum Live at Pompeii.


A imagem do horror - Pompeia


A cidade de Pompeia é um dos locais arqueológicos mais importantes de todo o mundo e o maior de todos que pode ser visitado, ocupando uma área total de 67 hectares, e é certamente aquele que apresenta melhores condições de preservação de toda uma cidade romana da antiguidade.

São poucos os sites arqueológicos que nos transmitem esta sensação de estarmos a percorrer uma cidade autêntica, com as suas casas, as ruas e praças e os seus monumentos. É algo que nos chega a arrepiar, pensar que num dia esta era uma grande cidade do império romano, com os seus 20 mil habitantes na sua azáfama habitual, e que, no dia seguinte, nada mais havia do que um espesso manto de cinzas e rochas em brasa, que soterraram toda a cidade.

E esse primeiro instante de silêncio absoluto aconteceu exatamente no mesmo dia da nossa visita a este local, o dia 25 de agosto, mas quase dois mil anos antes, quando, na véspera, 24 de agosto de 79 d.C., o grande vulcão, a que hoje chamamos Monte Vesúvio, entrou em erupção, projetando toneladas de cinzas e pedras incandescentes que foram cobrindo a cidade de Pompeia, durante a noite, enquanto todos permaneciam nas suas casas, o que fez com que a maior parte da população tenha procurado abrigo em vez de tentar fugir.

A chuva de destroços continuou a soterrar a cidade enquanto um manto de lamas vulcânicas escoria pelas encostas da grande montanha, destruindo outros povoados, como a cidade romana de Herculano.

Quando a erupção terminou Pompeia estava sepultada por uma camada de mais de cinco metros de cinzas e assim permaneceu durante cerca de 1.700 anos. A cidade de Pompeia, tal como a de Herculano, só vieram a ser redescobertas em 1748, com as escavações conduzidas por um engenheiro militar, com o apoio do Rei de Nápoles. Mas somente em 1860, sob o comando de Giuseppe Fiorelli, os trabalhos de escavação foram intensificados o que permitiu descobrir estas cidades da antiguidade.

E além das construções, bem preservadas, devido à proteção assegurada pelas camadas de cobertura de cinzas e lava, foram encontrados corpos petrificados de alguns milhares de vítimas, deixando um testemunho arrepiante desta tragédia.

Durante as escavações realizadas no século XIX, os arqueólogos descobriram que as cinzas petrificadas eram ocas em alguns pontos, e que, dentro dessas cavidades existiam ossos humanos. Percebeu assim que se tratavam de vazios que foram deixados pelos corpos soterrados e foi então decidido preenchê-los com gesso, como se fossem moldes com a forma dos corpos daqueles que ali tinham morrido. São essas as figuras que encontramos em alguns dos locais da cidade e que retratam os últimos instantes daquelas pessoas numa luta desesperada pela vida.

Naturalmente, estes não são os corpos reais, mas esculturas feitas de gesso, ainda assim, não deixa de ser um espetáculo impressionante, a imagem daqueles corpos enrolados, adultos e crianças, tentando desesperadamente proteger-se das cinzas incandescentes que os soterravam.




Monte Vesúvio


O Vesúvio é bem mais que uma montanha silenciosa e pacífica, trata-se de um vulcão mítico, que é quase um ícone desta região do Sul de Itália, conhecido sobretudo pela enorme erupção no ano 79 d.C., que soterrou as cidades vizinhas, matando milhares de pessoas, como em Pompeia, que ficou completamente coberta pelas cinzas e fragmentos de rocha projetados pelo vulcão, ou na cidade de Herculano, que ficou coberta por um manto de lamas vulcânicas que escorreram pelas encostas.

A subida até à cratera do vulcão faz-se por trilhos sinuosos e bastante inclinados, num enorme esforço durante toda a escalada, sobretudo se for na hora do calor, mas a paisagem envolvente é bastante compensadora e, por isso, fazendo algumas paragens, lá vamos subindo, pouco a pouco.

Chegados ao todo da montanha podemo-nos juntar a um dos guias locais que nos dá algumas explicações históricas e científicas sobre o vulcão, deixando-nos depois sozinhos para explorarmos o contorno da imensa cratera.

Os estratos rochosos que constituem as paredes da chaminé do vulcão são perfeitamente visíveis, servindo de atração a geólogos que pretendam estudar os fenómenos vulcânicos, ou como curiosidade para os muitos turistas que visitam o diariamente este vulcão.

A abertura do vulcão é enorme e bastante profunda, com um diâmetro de 550m, dando uma sensação ameaçadora, sempre que observamos o seu interior. Talvez por isso, quisemos ficar demoradamente em cada ponto de observação a disfrutar dessa impressão algo assustadora, mas também de fascínio, não só pela singularidade geológica daquela enorme cratera, mas sobretudo por aquilo que ela representa e pela carga histórica que lhe está associada.

Terminámos assim a visita a um vulcão que simboliza muito para além das suas características geológicas, o Vesúvio é sobretudo um marco desta região, pela sua história insuperável de devastação e morte.
Mais tarde, já do interior das ruínas de Pompeia, voltámos a contemplar a silhueta do Vesúvio, uma montanha que nos parece ser completamente inofensiva, mas que, na realidade, continua a ser um monstro adormecido, que poderá acordar a qualquer momento.


terça-feira, 16 de abril de 2019

Passeio de balão na Capadócia - What a wonderful world


No meio de uma escuridão cerrada, dezenas de carrinhas percorriam as estradas apertadas da Capadócia, levando turistas excitadíssimos, como nós, até à sua principal aventura por terras turcas:  um passeio de balão ao nascer do sol.

Aguardavam-nos as silhuetas dos enormes balões, ainda deitados, intermitentemente iluminados pela chama dos queimadores que projetavam o ar quente que os iria fazer subir. 

E era chegada a hora de entrarmos na cesta, 20 pessoas por cada balão, todos devidamente arrumados, para uma subida calma, numa madrugada quase sem vento e com boa visibilidade, as condições ideais para um passeio como este. 

A viagem começou num sobe e desce tranquilo e, enquanto o sol nascia e iluminava o vale, as cores dos mais de 100 balões ganhavam vida, brilhando como lanternas e tornando o espetáculo cada vez mais grandioso e quase inacreditável... era a hora de aproveitar, inspirar fundo e usufruir desta oportunidade que a vida nos estava a dar... e pensei para mim mesmo: what a wonderful world