domingo, 25 de agosto de 2019

A imagem do horror - Pompeia


A cidade de Pompeia é um dos locais arqueológicos mais importantes de todo o mundo e o maior de todos que pode ser visitado, ocupando uma área total de 67 hectares, e é certamente aquele que apresenta melhores condições de preservação de toda uma cidade romana da antiguidade.

São poucos os sites arqueológicos que nos transmitem esta sensação de estarmos a percorrer uma cidade autêntica, com as suas casas, as ruas e praças e os seus monumentos. É algo que nos chega a arrepiar, pensar que num dia esta era uma grande cidade do império romano, com os seus 20 mil habitantes na sua azáfama habitual, e que, no dia seguinte, nada mais havia do que um espesso manto de cinzas e rochas em brasa, que soterraram toda a cidade.

E esse primeiro instante de silêncio absoluto aconteceu exatamente no mesmo dia da nossa visita a este local, o dia 25 de agosto, mas quase dois mil anos antes, quando, na véspera, 24 de agosto de 79 d.C., o grande vulcão, a que hoje chamamos Monte Vesúvio, entrou em erupção, projetando toneladas de cinzas e pedras incandescentes que foram cobrindo a cidade de Pompeia, durante a noite, enquanto todos permaneciam nas suas casas, o que fez com que a maior parte da população tenha procurado abrigo em vez de tentar fugir.

A chuva de destroços continuou a soterrar a cidade enquanto um manto de lamas vulcânicas escoria pelas encostas da grande montanha, destruindo outros povoados, como a cidade romana de Herculano.

Quando a erupção terminou Pompeia estava sepultada por uma camada de mais de cinco metros de cinzas e assim permaneceu durante cerca de 1.700 anos. A cidade de Pompeia, tal como a de Herculano, só vieram a ser redescobertas em 1748, com as escavações conduzidas por um engenheiro militar, com o apoio do Rei de Nápoles. Mas somente em 1860, sob o comando de Giuseppe Fiorelli, os trabalhos de escavação foram intensificados o que permitiu descobrir estas cidades da antiguidade.

E além das construções, bem preservadas, devido à proteção assegurada pelas camadas de cobertura de cinzas e lava, foram encontrados corpos petrificados de alguns milhares de vítimas, deixando um testemunho arrepiante desta tragédia.

Durante as escavações realizadas no século XIX, os arqueólogos descobriram que as cinzas petrificadas eram ocas em alguns pontos, e que, dentro dessas cavidades existiam ossos humanos. Percebeu assim que se tratavam de vazios que foram deixados pelos corpos soterrados e foi então decidido preenchê-los com gesso, como se fossem moldes com a forma dos corpos daqueles que ali tinham morrido. São essas as figuras que encontramos em alguns dos locais da cidade e que retratam os últimos instantes daquelas pessoas numa luta desesperada pela vida.

Naturalmente, estes não são os corpos reais, mas esculturas feitas de gesso, ainda assim, não deixa de ser um espetáculo impressionante, a imagem daqueles corpos enrolados, adultos e crianças, tentando desesperadamente proteger-se das cinzas incandescentes que os soterravam.




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