A cerca de 50 km, quer da cidade de Milão quer do Aeroporto de Milão-Malpensa, fica a cidade de Como, banhada por um dos Lagos mais glamorosos de toda a Europa, o Lago di Como.
Trata-se do terceiro maior lago de Itália, depois dos lagos de Garda e Maggiore. A sua origem resulta da água dos degelos de glaciares nos Alpes, que se acumula neste vale cavado entre montanhas ingremes, com extensas florestas e com dezenas de pequenas aldeias e vilas históricas. É também um dos lagos mais profundos da Europa, atingindo mais de 400m de profundidade.
O lago proporciona um cenário absolutamente deslumbrante, pelos tons de azul forte das águas, que vão variando em função das profundidades, e pelos verdes intensos dos bosques, pontilhados pelas casas que se dispõem desde o alto das encostas até às margens do lago, onde sobressaem algumas mansões de luxo, que aqui são chamadas de villas, normalmente com jardins majestosos sobre o lago, e que fazem as delícias dos milionários de todo o mundo.
A visita ao lago, para quem não tenha uma villa luxuosa e nem sequer se consiga alojar num dos hotéis de charme próximos das margens, pode ser feita de duas formas: ou de carro, ao longo da estrada sinuosa que contorna toda a margem do lago, ou então de barco, seguindo um dos passeios coletivos, ou mesmo alugando um barco… em função do valor que se queira gastar.
Recomendo uma combinação destas duas alternativas, com um percurso de alguns quilómetros ao longo do lado Oeste do lago, parando sempre que possível nos pontos mais interessantes… fazendo-se depois um passeio de barco que permita contemplar a paisagem de um outro ângulo.
Em qualquer dos trajetos não deixamos de ser surpreendidos por belas paisagens e por uma envolvente fantástica. Desde o ambiente bucólico junto ao espelho de água, com as casas luxosas na primeira linha, até às montanhas íngremes e verdejantes, dos bosques viçosos que as ocupam, e onde surgem as aldeias pitorescas que se dispõem ao longo do vale.
No trajeto da subida do lago, numa estrada de curvas e contracurvas, e com imensa dificuldade para estacionar junto aos pontos mais apelativos, lá fomos conseguindo fazer algumas paragens, mas quase sempre algo longe dos locais a visitar, o que nos obrigava a pequenas caminhadas, mas que se tornaram ainda mais apetecíveis por nos revelarem recantos escondidos com paisagens deslumbrantes.
Na viagem de barco vão-nos revelando alguns das imagens mais preciosas e que não conseguimos observar no percurso de carro, tornando-se visível toda a linha de costa, à beira do espelho de água, onde se encontram as famosas villas de alto luxo, autênticos palacetes com jardins radiosos, onde se imaginam festas para celebridades e convidados de muitos milhões de euros.
Uma das mansões mais procuradas deste local é a Villa Oleandra, que só pode ser observada a partir do lago, e que, aparentemente, é apenas mais uma villa luxuosa, com um imenso jardim desde a casa até ao ancoradouro privativo. Mas esta tornou-se particularmente especial quando foi adquirida por George Clooney em 2002, pela quantia simpática de sete milhões de dólares, tornando-se assim no local ideal, para quem esteja convidado, ir até lá tomar um Nespresso, what else?... estranhamente não foi o nosso caso!
Mas naquele dia em particular, com a nossa presença, estes lugares nas margens do lago revelaram imagens que foram ainda mais especiais e absolutamente encantadoras… e não acredito que possam existir fotos mais belas em todo um vasto portfolio de fotografias do Lago di Como.
Carlos Prestes