Quando percorremos a região da Toscana optámos pelas estradas secundárias que nos levaram entre paisagens rurais, intercaladas por aldeias de influência etrusca, num ambiente de um imaginário quase medieval . . . quisemos sempre ir parando vezes sem conta com o pretexto de mais uma foto, mas ficando cada vez mais tempo em cada paragem, para apreciar convenientemente aquele ambiente inspirador que nos ia envolvendo.
Fomos seguindo ao longo de extensos campos verdejantes, por vezes pontilhados pelos enormes rolos de feno seco, e encontrámos sempre as vinhas, imensos campos de vinha, quase sem fim, que são a imagem de marca desta região de Itália, sobretudo nas chamadas terras de Chianti, onde se produz o afamado vinho com o mesmo nome.
É esta a paisagem típica da Toscana, uma encosta com extensos campos de vinha e, ao longe, uma casa senhorial, quase sempre assinalada pelas linhas de ciprestes ao longo dos caminhos de acesso.
Mas para além desta beleza mais comum, por vezes entramos numa Toscana mais profunda, sem o estereotipo das vinhas, ainda com campos cultivados, mas marcados pelos traços de outras culturas, como esta colina avermelhada da argila lavrada, em contraste com o amarelo-torrado das plantações de cereais já maduros, com uma beleza sublime que nos surgiu de forma surpreendente numa das estradas percorridas.
A paisagem é diferente, mas mantêm-se os traços que nos fazem sentir o ambiente da Toscana... onde toda a contemplação é marcada por um silêncio celestial que nos atordoa, e pelo poder dos aromas, da terra, das plantas, dos campos cultivados, cheiros que se tornam ainda mais intensos e marcantes num final de tarde de Primavera, como este.
Carlos Prestes
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