Ao terceiro dia na Toscana chegámos finalmente a Florença, a grande cidade da região e um dos principais centros culturais e artísticos de Itália, considerada como a capital do Renascimento.
Para além dos habituais percursos pela cidade, que são naturalmente recomendáveis, existe um único lugar imperdível na cidade de Florença: a Piazzale Michelangelo… uma praça em forma de balcão que se ergue no alto da colina ao Sul do centro histórico, e que funciona como um dos miradouros mais extraordinários em que já estive.
Na subida até alcançamos o miradouro não imaginamos que vamos encontrar uma vista tão compensadora, mas quando chegamos, abre-se à nossa frente a imagem do próprio Renascimento, um autêntico museu vivo com algumas das preciosidades da história de arte mundial… a paisagem, ainda com os traços medievais, das margens do rio Arno, com a magnífica Ponte Vecchio - o Palazzo Vecchio, mais uma construção medieval, com a imensa Torre de Arnolfo - ou o Duomo de Santa Maria del Fiore, a Catedral da cidade, com a sua cúpula majestosa, com sinais da preciosidade arquitetónica do Renascimento.
Tudo isto surge ao nosso alcance numa única imagem como quem mergulha num extraordinário cartão postal.

Mas não basta visitar este magnífico miradouro uma única vez, é também imprescindível voltar lá durante a noite. Depois do pôr-do-sol as cidades adquirem uma outra face, como se fossem lugares diferentes, mais intimistas e mais acolhedoras, sem a amálgama impessoal dos muitos turistas que as afogam durante o dia.
E é assim, quase em estado natural, que encontramos a cidade de Florença quando a contemplamos durante a noite da Piazzale Michelangelo, a mesma beleza monumental, mas agora sem o ruido e a azáfama habituais de todos os dias, revelando uma pureza que é quase arrepiante.

Florença só é a cidade que é porque pode ser contemplada da Piazzale Michelangelo, de uma forma tão poética, que é como um fresco de um dos seus grandes mestres.
Carlos Prestes
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