sexta-feira, 20 de abril de 2012

A pátria-mãe do grande almirante - Génova


A cidade de Génova é bem diferente da maioria das cidades italianas e, na minha opinião, nem é, de todo, das mais interessantes deste país. Historicamente a cidade é um local de referência, a antiga república marítima de Génova, que teve um papel de destaque na exploração do mar e no descobrimento de novas terras ao longo dos séculos da sua existência. 

Terá mesmo sido o berço oficial de um dos principais marinheiros da história, Cristóvão Colombo, ou Cristoforo Colombo, um genovês que descobriu meio mundo, embora nunca em representação do seu país natal . . . mas, a realidade talvez não seja bem essa e talvez o grande almirante nem seja sequer genovês, mas isso são teorias de conspiração que mais à frente vou revelar. 

A cidade é bastante grande mas os locais mais interessantes para uma visita turística acabam por se confinar apenas aos bairros, ou distritos, mais típicos, que incluem o porto e o centro histórico, com os chamados Caruggi, um emaranhado de ruelas e becos, entalados entre edifícios, normalmente altos e com as fachadas pintadas nas cores pastel da Ligúria

Ao longo da nossa visita atravessámos as principais ruas e praças da cidade até chegarmos à Piazza Dante onde se encontra, junto à Porta Soprana, a Casa de Cristoforo Colombo. Trata-se de um pequeno edifício com uma fachada degradada onde, supostamente, terá nascido e vivido, durante a sua infância, o famoso navegador e explorador do Novo-Mundo, e onde está atualmente o museu La Casa di Colombo.
Quando viajamos ficamos surpreendentemente interessados em temas que nos eram completamente indiferentes, mas que, subitamente, nos passam a fazer todo o sentido. Isso está sempre a acontecer e, no caso concreto da cidade de Génova, é quase natural que se acabe por refletir um pouco sobre a figura daquele marinheiro que descobriu meio mundo e que terá nascido e vivido ali, bem naquele local. 

Mas, neste caso, existe ainda uma dúvida razoável, que é também uma curiosidade interessante, porque, na verdade, não há a certeza de que Cristóvão Colombo tenha mesmo nascido naquela casa, nem sequer, que tenha nascido na cidade de Génova. 

Para mim - e lá vem a teoria da conspiração - Cristóvão Colombo não era, de todo, o filho de um tecelão genovês . . . Cristóvão Colombo seria antes, um fidalgo português. Um português nascido no século XV em Cuba, no Alentejo (não foi um acaso ter baptizado com o mesmo nome a maior ilha que descobriu no mar das Caraíbas). Era judeu e era fidalgo, porque um filho de um tecelão não chegaria a comandante de uma armada e jamais poderia desposar uma fidalga, como Colombo, que casou com Filipa Moniz, uma portuguesa filha do governador (na altura, chamava-se capitão donatário) da ilha de Porto Santo. 

Mas se era português, porque razão D. João II lhe negou o apoio da coroa portuguesa para uma expedição na busca do Novo-Mundo? . . . o que o fez rumar a Espanha, tendo sido em nome da coroa espanhola que o navegador se fez ao mar e encontrou as Américas, no ano de 1492. 

A resposta é, também ela, parte da mesma teoria da conspiração. A verdade é que os portugueses já conheciam o que existia a Oeste nas suas incursões por aquelas bandas, embora só tenham formalizado o descobrimento do Brasil seis anos depois de Colombo ter descoberto a América. Mas, conhecendo aquela linha de continente, os portugueses já sabiam que não seria daquele lado que se iria encontar aquilo que todos procuravam . . . e que era a Índia (vá-se lá saber porquê mas naquela época os Reis passavam-se com pimenta e canela e outras ervas de cheiro). 

Assim, Colombo foi para Espanha, não por ter sido rejeitado por D. João II, mas justamente por ter sido enviado por aquele monarca, para fazer com que a armada espanhola seguisse para Ocidente, desviando-se irremediavelmente da direção que os levaria até à Índia. E a América foi apenas um efeito secundário, uma espécie de prémio de consolação. 

E foi desta forma que, alguns anos depois, Portugal, representado por Vasco da Gama, já durante o reinado de D. Manuel I, descobriu o caminho marítimo para a Índia entre 1497-1499. Ou seja, ficámos nós com as especiarias, no bem-bom, enquanto eles tiveram de se contentar com a América e as Caraíbas . . . se calhar sou só eu, mas isto não me soa lá muito bem!!! 

Só para rematar, esta teoria não é minha e já li justificações que a vão comprovando ao longo das várias fases da vida de Cristóvão Colombo. E eu, que até sou bastante sético, neste caso achei que faziam todo o sentido. 

Mas sendo português ou genovês, a verdade é que estamos perante aquela que é a casa oficial do grande almirante e, se pensarmos bem, isso é algo que nos impressiona . . . imaginarmos que foi ali que o pequeno Cristoforo terá - eventualmente - nascido e dado os seus primeiros passos, antes de se fazer marinheiro e ter trazido novos mundos ao mundo. 

Carlos Prestes 

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