Entrando nas Gallerias Vittorio Emanuele pela Piazza Duomo, saímos do lado oposto na Piazza della Scala, com a estátua de Leonardo da Vinci bem ao centro, com um dos lados ocupado pelo Palazzo Marino, onde funciona a Comune di Milano e, no lado oposto, com o famosíssimo Teatro alla Scala.
O Scala de Milano é um edifício neoclássico que não deixa ninguém deslumbrado pela sua arquitetura, porque o seu verdadeiro esplendor está no interior, com uma bela sala em forma de ferradura que sempre foi, e é ainda hoje, um dos palcos mais emblemáticos para os grandes espetáculos de ópera, e não só, além da temporada lírica, recebem também espetáculos de ballet e de orquestras sinfónicas.
Foi por este palco que passaram as figuras maiores do canto lírico de todos os tempos, como Luciano Pavarotti ou Maria Callas… interpretando as grandes óperas intemporais, desde logo as italianas, de Verdi ou Rossini, mas também outros clássicos, como os de Mozart. E é aqui que ainda hoje desfilam os grandes cantores líricos da atualidade… não lhes conheço os nomes nem as suas competências, mas têm desde logo uma grande vantagem face àqueles que mencionei, que é o facto de estarem vivos.
Mas toda esta conversa sobre as grandes performances serve apenas para valorizar o lastro histórico desta sala de espetáculos e não para recomendar aos leitores que assistam a uma destas apresentações, porque seria até obsceno. Para que este blog possa estar devidamente atualizado consultei os preços atuais, para as óperas anunciadas nesta temporada, no final de 2016. Escolhendo uma plateia, primeiro balcão ou uma frisa no primeiro nível de camarotes, basicamente os únicos lugares que podem ser considerados como bons lugares, o preço por pessoa é quantia redonda de 500€. Ou seja, a ópera já não é algo muito acessível ao cidadão comum, mas muito menos no Teatro alla Scala.
Mas como quem não tem cão caça com gato, há uma alternativa bem mais razoável de fazer a visita turística ao museu do teatro, ao hall principal e ao próprio salão do auditório, neste caso a partir de um dos camarotes, pela modesta quantia de 7€ por pessoa. A visita torna-se interessante, mas há que confirmar se não estarão a ocorrer ensaios, porque, nesse caso, não é possível visitar o auditório, que é justamente a principal motivação para fazer esta visita... e são apenas breves segundos, lá do alto de um camarote, mas que nos fazem absorver a inspiração de todo um lastro de séculos de história que aquela sala testemunhou.

Carlos Prestes
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