sábado, 14 de abril de 2012

Piazza San Marco


Há várias formas de chegar à Praça de São Marcos, o principal polo de referência da cidade, e desta vez fizemos a entrada por uma das arcadas, contemplando, ao fundo, a imagem da Basílica, ladeada pelo Palácio Ducal e pelo seu Campanário, à direita e, do lado esquerdo, pelo curioso edifício da Torre do Relógio.

Este edifício, que acolhe o relógio mais conhecido da cidade, é uma obra renascentista composta por uma torre central, construída no final do séc. XV. A face do relógio é de ouro e esmalte azul e marca a hora, o dia, as fases da lua e do zodíaco. O relógio é também equipado com um mecanismo de caixa de música que toca em cada hora enquanto se abrem os painéis laterais e deixam passar um carrossel de estátuas de madeira. O relógio é adornado pela estátua do Leão de São Marcos, um símbolo veneziano e, no seu topo, encontra-se o terraço dos mouros, com duas estátuas de bronze de dois homens, os Mouros, que marcam as horas do meio-dia e da meia-noite, batendo com os seus martelos no grande sino que domina o terraço.

A Torre do Relógio é, sem dúvida, um monumento raro e muito especial, mas, na Piazza San Marco, existem outros monumentos mais relevantes, desde logo, porque existe uma grandiosa igreja com o mesmo nome da praça, a Basílica di San Marco.

Trata-se da maior e mais famosa das igrejas da cidade e um dos melhores exemplos da arquitetura bizantina fora da Turquia. A igreja desenvolve-se em planta numa cruz grega, baseada nos exemplos das Basílicas de Santa Sofia e dos Apóstolos, ambas da antiga Constantinopla, atual Istambul.

A Basílica é a sede da arquidiocese católica romana de Veneza e fica localizada bem ao lado do Palácio dos Doges, ou Palácio Ducale, que é o mais importante dos palazzos venezianos e uma obra-prima do gótico veneziano. Estes dois monumentos encontram-se praticamente integrados entre si, parecendo que ambos fazem parte de um único edifício. O Palácio Ducale era o edifício da sede do Doge e dos tribunais da cidade, mas, quando Veneza foi anexada ao reino de Itália, o edifício transformou-se num museu, que se mantém até aos dias de hoje, sendo mesmo um dos mais importantes museus da cidade, contendo obras dos grandes mestres venezianos, como Tintoretto, Tiziano, Bassano ou Veronese.

O interior da basílica é composto por três naves longitudinais e três transversais, de onde emergem cinco cúpulas, que só conseguimos ver completamente, quando observamos a partir do alto do Campanário, localizado num canto da praça, perto da entrada da basílica.

A torre do Campanário, Il Campanile di San Marco, que atinge 98m de altura, é quadrangular, com uma largura de 12m, e é revestida a tijolo, idêntica aos vários campanários da cidade, num estilo marcante da arquitetura veneziana. Sobre o topo da torre assenta o campanário propriamente dito, com arcos em pedra, onde estão alojados cinco sinos, e a torre é ainda coroada por uma agulha piramidal, no extremo da qual se encontra um cata-vento dourado com a figura do Arcanjo Gabriel.

E é assim, com a combinação deste conjunto monumental preciosíssimo, que se forma uma das praças mais distintas e magníficas de todo o mundo… mas também, talvez seja aquela que concentra sempre uma maior quantidade de visitantes, o que torna quase sempre este local numa espécie de parque de diversões para turistas, o que ofusca muito da sua extraordinária beleza (com raras exceções, como na nossa viagem em dezembro de 2000, ver publicação: A Acqua-Alta veneziana).


Carlos Prestes

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